A perseguição voltou: o futebol repete o passado
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O futebol vive de ação e reação. A mudança de regra que permitiu ao goleiro sair jogando com os pés dentro da área transformou a construção ofensiva. Hoje, quase todo time inicia de pé em pé, tentando atrair a pressão para criar superioridade. A resposta? Muitos treinadores voltaram à velha ordem das peladas de Jacarecica: cada um pega o seu.
Será que a marcação individual ainda funciona no futebol moderno? Nível de intensidade altíssimo, disciplina tática impecável, marcação em bloco compacto e muita estratégia. Tudo isso faz com que alguns conceitos sejam testados.
O Mundial de Clubes mostrou isso claramente. O Bayern sufocou a saída adversária com perseguições encaixadas desde o primeiro passe. Gasperini levou a Atalanta ao título da Europa League com a mesma receita. A lógica é simples: se o rival constrói por baixo, você trava cada opção, empurra para o erro.
Aqui em Alagoas vimos esse fenômeno no CRB de Daniel Paulista em 2024. O time foi agressivo, perseguições longas, intensidade máxima. Rendeu conquistas e vitrine, mas na Série B, com calendário sufocante, o desgaste apareceu. O time precisou trocar de técnico e só no fim garantiu a permanência.
Vale entender: a marcação individual não é apenas 1 contra 1 o tempo todo. Exige leitura de espaço, dobras de marcação, ajuste em bloco alto ou baixo. Funciona bem em torneios curtos e jogos grandes, mas cobra caro em maratonas.

O risco é claro: ao seguir o adversário, a equipe entrega o posicionamento defensivo ao rival. Se um jogador perde o duelo, o espaço aparece. Mas quando bem executada, como a Atalanta provou, vira arma de elite.
No fim, o futebol mostra sua ironia: o que parecia ultrapassado volta a ser tendência. Como na vida, “eu vejo o futuro repetir o passado”.